Cemitério Jardim da Colina

Sei que muita gente evita este assunto, mas né, evitar o inevitável não dá.
Sempre achei meio macabro e desnecessário esse lance de comprar jazigo. Eu, que sou espírita, acredito que é só a matéria que morre, então não compreendia porque tantas pessoas gastavam dinheiro com um enterro (além de toda dinherama que você já gasta obrigatoriamente com a máfia das funerárias).
Quando fui ao Jardim da Colina comecei a entender um pouco melhor as pessoas que pagam por um cemitério. Talvez não seja pelo conforto para a carne morta, mas sim pelos encarnados que estão presentes ali. O momento de enterrar um ente querido já é triste e doloroso, por que então não torná-​lo um pouco menos desconfortável?
As poltronas macias em frente de cada sala de velório fazem toda diferença, especialmente àqueles que passam a noite toda por lá. Os vales-​cafés que eles dão a família também são bem úteis e providenciais.
E por mais que ninguém queira estar ali, uma paisagem bonita, um verde agradável torna o momento um pouco mais tranquilo.
Ainda assim, prefiro não voltar lá nunca mais, por motivos óbvios.