Catch Up

Hamburgueres originais. O azedo é bastante saboroso, o nr1 não tanto.
Espaço interessante, a melhorar a limpeza de mesas.

Wifi: filhodapota

Uma coisa que vos posso confessar é que não gosto de hamburguers. Já tentei de tudo e a verdade é que me sabe sempre a pouco. Já visitei uma série de estabelecimentos que se dizem profissionais no assunto, e o que me acontece sempre é ficar com uma sensação de desilusão e uma hora depois o meu estômago já me está a dizer que precisa de mais comida.
A convite da Unilocal, decídi dar mais uma oportunidade aos hamburguers lisboetas e fui visitar o Catch Up.
Entrei neste restaurante e automaticamente fui transportado para Nova York. Passei quatro meses da minha vida a viver na cidade que nunca dorme e a verdade é que revivi parte daqueles 4 meses inesquecíveis.
A decoração do O Catch Up é engraçada, com luzes néon azuis e individuais que são discos de vinil, e que nos fazem teletransportar para os infinitos Drive-​Thru que encontrei em Brooklyn.
Mas a diferença entre Portugal e a América é a nossa aptidão para cozinhar e isso nota-​se na qualidade dos hamburguers que comi no Catch Up.
A ementa é pequena, existem apenas 6 hamburguers: o de vaca tradicional; o de borrego; o de pota; o de salmão; o vegetariano e um de alheira.
Quem me conhece sabe que vaca e porco não entram no meu menu, portanto fiquei-​me pelo de salmão, o de pota e o vegetariano. Destes três o melhor foi, sem dúvida, o de pota.
Já comi pota das mais variadas formas e maneiras e tenho sempre o mesmo problema: fica demasiado rígida. Mas isto não acontece nesta hamburgueria. A pota estava com a textura perfeita, com o tempero certo e fiquei satisfeito.
O de salmão era bom, fica em segundo lugar, mas senti que faltava alguma coisa, e o mesmo se passou com o vegetariano (não consegui sentir o sabor da polenta, pela quantidade exagerada de coentros que compunham o hamburguer).
A acompanhar estes hamburguers todos, são-​nos servidos uma dose bonita de batatas fritas caseiras (Com a grossura ideal, fritas na perfeição e acarinhadas por uma boa quantidade de maionese).
Se achavam que eu estava cheio enganaram-​se. Eu sou grande e como bastante, portanto ainda havia espaço para uma sobremesa.
Neste restaurante, servem-​se umas bolas de Berlim miniatura, que em vez de recheadas com crème de pasteleiro, vêm cheinhas de crème de limão ou de framboesas. Escolhi a última, e verdade seja dita, tive um orgasmo bocal. Estava tão bom que tive que me conter e não pedir uma segunda.
Achava que não gostava de hamburguers e o Catch Up mudou a minha opinião. Agora sei que já gosto e sei a que sítio voltar.

É oficial: os hambúrgueres são a epidemia de 2014 na gastronomia portuguesa. Se abre mais uma hamburgaria em Lisboa, é bem possível que o cozido à portuguesa peça a reforma como prato típico nacional e os pastéis de bacalhau entrem em depressão.
Mas quando os hambúrgueres são bons e diferentes, vale a pena.
No Catch Up, há seis variantes bem originais, mas a que me conquistou o coração foi o hambúrguer de borrego em pão de pita. Tudo isto acompanhado por batatas fritas caseiras, porque a comida pode ser rápida, mas não precisa de ser de plástico. Ma-​ra-​vi-​lho-​so!
A decoração é muito descontraída e despretensiosa, com discos de vinil transformados em individuais e algumas peças de mobiliário vintage.
O espaço é de um antigo bar de alterne na Rua do Benformoso, em pleno Intendente, um bairro que começa agora a ter uma população nova e hipster, com vontade de comer coisas nada «mainstream». Pois este é o sítio.
Vou voltar para experimentar os outros hamburgueres! O próximo é o de pota!